sábado, 1 de setembro de 2007

SIMULADO "O DIÁLOGO ENTRE O ENSINO E A APRENDIZAGEM" TELMA WEISZ

SIMULADO “O DIÁLOGO ENTRE O ENSINO E A APRENDIZAGEM”

01) De acordo com o livro “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem” da autora Telma Weisz; assinale a alternativa incorreta:
a) é preciso considerar o conhecimento prévio do aprendiz e as contradições que ele enfrenta no processo.
b) na concepção construtivista, o conhecimento é visto como produto da ação e reflexo do aprendiz.
c) esse aprendiz é compreendido como alguém que sabe algumas coisas e que, diante de novas informações que para ele fazem algum sentido, realiza um esforço para assimilá-las.
d) para aprender, a criança passa por um processo que tem a lógica do conhecimento final, como é visto pelos adultos.
e) quando o aprendiz se depara com um problema, também tende a querer superá-lo.

02) De acordo com Telma Weisz, assinale a alternativa correta:
a) a metodologia embutida nas cartilhas de alfabetização contribui para o sucesso na escola.
b) é preciso desconsiderar o conhecimento prévio do aprendiz e as contradições que ele enfrenta no processo.
c) é possível enxergar o que o aluno não sabe a partir do que ele não sabe.
d) Todas as crianças sabem muitas coisas, só que umas sabem coisas diferentes das outras.
e) Aprender a aprender é algo possível apenas a quem não aprendeu muita coisa.

03) De acordo com Telma Weisz sobre a avaliação, assinale a alternativa incorreta:
a) a avaliação serve para que a escola e os professores replanejem o ensino.
b) serve para o desenvolvimento da aprendizagem do educando.
c) avaliar no início do processo é característica da relação entre o ensino e aprendizagem vistos numa ótica construtivista.
d) a avaliação deve ser parte integrante do processo escolar.
e) o professor precisa ter claro se as atividades que prepara são situações de aprendizagem ou avaliação.

04) Para Telma Weisz:
I – Para aprender, a criança passa por um processo que não tem a lógica do conhecimento final, como é visto pelos adultos.
II – A metodologia embutida nas cartilhas de alfabetização contribui para o fracasso na escola.
III – Todas as crianças sabem muitas coisas, só que umas sabem coisas diferentes das outras.
a) I e II estão corretas.
b) I e III estão corretas.
c) II e III estão corretas.
d) I e III estão incorretas.
e) Todas estão corretas.

05) Com relação ao livro “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem” assinale a alternativa incorreta:
a) Avaliar a aprendizagem do aluno é também avaliar a intervenção do professor, já que o ensino deve ser planejado e replanejado em função das aprendizagens conquistadas ou não.
b) Se a maioria da classe vai bem e alguns não, é certo que o professor não está acertando e precisará rever o seu encaminhamento.
c) A formação do professor necessita mais do que um curso preparatório, pois a bagagem do conhecimento com que ele sai de um curso de formação inicial será sempre insuficiente para desempenhar sua tarefa em sala de aula.
d) A escola, tal como a conhecemos hoje, nasceu com a Revolução industrial. Essa escola – que se caracterizou por ser laica e pública – tornou-se obsoleto o modelo anterior, em que o professor se responsabiliza pela totalidade da educação dos seus alunos.
e) O conhecimento prévio é o conjunto de idéias, representações e informações que servem de sustentação para essa nova aprendizagem, ainda que não tenham, relação direta com o conteúdo que se quer ensinar.

06) Para Telma Weisz no seu livro “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem”, devemos olhar para a prática de sala de aula como um objeto sobre o qual se pode:
a) modificar.
b) trabalhar.
c) pensar.
d) praticar.
e) estudar.

07) ) De acordo com o livro “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem” da autora Telma Weisz; Quem começou a construção de um olhar novo sobre a aprendizagem e deixou claro que através da epistemologia como se avança de um conhecimento menos elaborado para um conhecimento mais elaborado?
a) Telma Weisz.
b) Emília Ferrero.
c) Piaget.
d) Vygotky.
e) Paulo Freire.

8) Para Telma Weisz no seu livro “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem”, importante que o professor registre seu trabalho por escrito, porque isso o levará a construir uma prática de:
a) Conservação.
b) Reflexão.
c) Amparo.
d) Resguardo.
e) Ensino.

9) Telma Weisz no seu livro “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem”, afirma que:
a) Os erros sempre devem ser corrigidos no momento certo. Que nem sempre é o momento em que foram cometidos.
b) Os erros devem ser sempre corrigidos não importando o momento.
c) Os erros devem ser corrigidos no momento certo, Que é o momento em que foram cometidos.
d) Os erros nem sempre devem ser corrigidos.
e) Os erros devem ser corrigidos a todo o momento.

10) No livro “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem”, Telma Weisz afirma que epistemologia é:
a) uma ciência que estuda o conhecimento de natureza social.
b) uma teoria do conhecimento que tenta explicar como se avança de um conhecimento menos elaborado para um conhecimento mais elaborado.
c) é o estudo da prática do conhecimento.
d) é um modelo de construtivismo.
e) é uma prática pedagógica.

11) De acordo com Telma Weisz, assinale a alternativa incorreta:
a) É possível enxergar que o aluno já sabe a partir do que ele produz e pensar no que fazer pra que ele aprenda mais
b) É preciso considerar o conhecimento do aprendiz e as contradições que ele enfrenta no processo.
c) Todas as crianças sabem muitas coisas, só que umas sabem coisas diferentes das outras.
d) Aprender a aprender é algo possível apenas a quem já aprendeu muita coisa.
e) O conhecimento prévio do aluno é aquele que foi ensinado pelo professor.

12) Quem na opinião de Telma Weisz autora no seu livro “ O diálogo entre o ensino e a aprendizagem”, abriu a possibilidade de estudar a construção de conhecimentos específicos no Brasil, abrindo essa nova perspectiva tanto para os pesquisadores dedicados às questões de aprendizagem como para os educadores?
a) Piaget
b) Emilia Ferrero.
c) Telma Weisz.
d) Jussara Hoffman.
e) Vygotsky.

13) Qual alternativa não é uma afirmação de Telma Weisz, autora do livro “o diálogo entre o ensino e a aprendizagem”:
a) um olhar cuidadoso sobre o que a criança errou, pode ajudar o professor a descobrir o que ela tentou fazer.
b) conhecimento prévio dos alunos não deve ser confundido com conteúdo já ensinado pelo professor.
c) todas as crianças sabem muitas coisas, só que umas sabem mais que as outras.
d) não é possível formular receitas prontas para serem aplicadas a qualquer grupo de alunos.
e) devemos olhar para a prática em sala de aula como um objeto sobre o qual se pode pensar.




14) Para Telma Weisz:
a) as cartilhas não devem ser usadas na escola porque não empregam nenhuma metodologia.
b) as cartilhas só não são bem usadas na escola porque os professores não estão devidamente preparados.
c) a metodologia embutida nas cartilhas de alfabetização, contribui para o fracasso escolar.
d) as metodologias empregadas nas cartilhas são determinantes para evitar o fracasso escolar.
e) a metodologia das cartilhas é um ótimo apoio para ser usado pelo professor, porém não pode ser usada na escola.

15) De acordo com Telma Weisz:
I – O conhecimento prévio dos alunos não deve ser confundido com conteúdo já ensinado pelo professor.
II – O conhecimento prévio não costuma ser convencional e arrumadinho.
III – O conhecimento se constrói aparentemente de forma desorganizada e apresenta contradições que sempre são reconhecidas pelo aprendiz.
a) estão corretas I e II.
b) estão corretas II e III.
c) está incorreta III.
d) todas estão corretas.
e) nda.

16) De acordo com o livro “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem” da autora Telma Weisz, o modelo de ensino atualmente relacionado com o construtivismo chama-se:
a) curiosidade epistemológica
b) raciocínio lógico-matemático.
c) aprendizagem pela resolução de problemas.
d) aprendizagem pela descoberta.
e) lógica interna.

17) Segundo telma Weisz, assinale a afirmativa incorreta:
a) o conhecimento prévio do aluno não deve ser confundido com o conteúdo já ensinado pelo professor.
b) o conhecimento prévio não costuma ser convencional e arrumadinho.
c) fica evidente que o conhecimento se constrói de forma desorganizada e apresenta contradições que nem sempre são reconhecidas pelo aprendiz.
d) é importante na perspectiva construtivista que diante de cada novo conteúdo,
conhecer o que as crianças já sabem e o que podem produzir com e sobre estes saberes.
e) Não seria necessário uma equalização das oportunidades de aprendizagens das crianças que chegam a escola.

18) Qual alternativa não é uma afirmação de Telma Weisz, autora do livro “o diálogo entre o ensino e a aprendizagem”:
a) um olhar cuidadoso sobre o que a criança errou, pode ajudar o professor a descobrir o que ela tentou fazer.
b) conhecimento prévio dos alunos não deve ser confundido com conteúdo já ensinado pelo professor.
c) todas as crianças sabem muitas coisas, só que umas sabem coisas diferentes das outras.
d) não é possível formular receitas prontas para serem aplicadas a qualquer grupo de alunos.
e) Os erros devem ser sempre corrigidos não importando o momento.

19) Para Telma Weisz:
a) a facilidade de lidar com crianças advêm do fato que elas sempre sabem as mesmas coisas.
b) todas as crianças sabem muitas coisas, só que umas sabem coisas diferentes das outras.
c) todas as crianças sabem muitas coisas, só que umas sabem mais coisas que outras.
d) todas as crianças sabem muitas coisas, porém o educador tem que corrigir os erros quando elas errarem.
e) nem todas as crianças sabem muitas coisas, umas sabem coisas diferentes das outras.

20) No que consiste o conhecimento prévio de acordo com Telma Weisz:
a) o conhecimento prévio é um conjunto de informações que o aluno adquire a todo o momento.
b) o conhecimento prévio é o conjunto de idéias, representações e informações que servem de sustentação para essa nova aprendizagem.
c) o conhecimento prévio é um conjunto de ações que o aluno adquiriu com ajuda do professor.
d) o conhecimento prévio é um processo de construção do conhecimento.
e) o conhecimento prévio é um conjunto de ideais que o aluno adquirirá através dos conteúdos aprendidos.
SIMULADO- Professor de Ensino Fundamental I - Pedagogia da Autonomia e ECA

Assinale a única alternativa correta nas questões a seguir:
01. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que ensinar exige conhecimento.
"Não posso ser ______ sem me pôr diante dos ______, sem revelar com facilidade
ou relutância minha maneira de ser, de pensar ______."
a ( ) professor, alunos, politicamente
b ( ) aluno, professores, politicamente
c ( ) aluno, professores, demagogicamente
d ( ) professor, alunos, demagogicamente
e ( ) n.d.a.

02. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no ______ que é dever da ________, da comunidade, da sociedade em geral,
e do Poder Público assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos, à ______.
a ( ) Artigo 40 , família, educação
b ( ) Artigo 60 , família, saúde
c ( ) Artigo 70 , família, educação
d ( ) Artigo 80 , família, vida
e ( ) n.d.a.

03. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que ensinar exige compreender que a educação é uma forma de
intervenção no mundo.
" Do ponto de vista dos interesses ______, não há dúvida de que a educação deve
ser uma prática ______ e ______ de verdades."
a ( ) dos trabalhadores, ocultadora, imobilizadora
b ( ) políticos, dominante, reveladora
c ( ) dominantes, imobilizadora, ocultadora
d ( ) dos professores, ocultadora, dominante
e ( ) n.d.a.

04. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 630 que a formação técnico-profissional obedecerá ao ______ de
garantia de ________ para o exercício das ______.
a ( ) planejamento, horário eventual, atividades
b ( ) objetivo, horário normal, aulas
c ( ) princípio, horário especial, atividades
d ( ) objetivo, material escolar, atividades
e ( ) n.d.a.

05. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que não há docência sem discência.
"Não há docência sem discência, as duas se ______ e seus sujeitos, apesar das
______ que os conotam, não se reduzem à condição de ______, um do outro."
a ( ) diferenciam, divergências, sujeito
b ( ) diferenciam, divergências, predicado
c ( ) diferenciam, divergências, objeto
d ( ) explicam, diferenças, objeto
e ( ) n.d.a.

06. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 530 que a criança e o adolescente têm direito à educação e
assegurando-se-lhes acesso a ______ e gratuita ______ de ______.
a ( ) escola, próxima, seu trabalho
b ( ) escola pública, próxima, sua residência
c ( ) escola privada, longe, seu trabalho
d ( ) escola pública, próxima, seu trabalho
e ( ) n.d.a.

07. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que ensinar exige convicção de que a mudança é possível.
"No mundo da História, da cultura, da política, ______ não para me ______ mas
para ______."
a ( ) permaneço, acomodar, verificar
b ( ) constato, adaptar, mudar
c ( ) identifico, adaptar, verificar
d ( ) identifico, acomodar, verificar
e ( ) n.d.a.

08. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 540 que é dever ______ assegurar à criança e ao adolescente
ensino fundamental, ______, ______ para os que a ele não tiveram acesso na idade
própria.
a ( ) do Estado, obrigatório e gratuito, inclusive
b ( ) do Estado, obrigatório, exceto
c ( ) dos pais, pago, exceto
d ( ) do Município, não obrigatório mas gratuito, inclusive
e ( ) n.d.a.

09. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que ensinar exige segurança, competência profissional e
generosidade.
" O que quero dizer é que a ______ profissional ______ a ______ do professor."
a ( ) generosidade, desqualifica, competência
b ( ) generosidade, autoriza, competência
c ( ) competência, desqualifica, autoridade
d ( ) incompetência, desqualifica, autoridade
e ( ) n.d.a.

10. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 20 que considera-se criança a pessoa até ______ anos de idade
______, e adolescente aquela entre ______ anos de idade.
a ( ) doze, completos, doze e dezoito
b ( ) doze, incompletos, doze e dezoito
c ( ) onze, completos, onze e dezoito
d ( ) onze, incompletos, onze e dezoito
e ( ) n.d.a.

11. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica.
"O discurso ideológico nos ameaça de ______ a mente, de confundir a curiosidade,
de ______ a percepção dos fato, das coisas, dos ______."
a ( ) anestesiar, distorcer, acontecimentos
b ( ) ativar, distorcer, acontecimentos
c ( ) fortalecer, direcionar, acontecimentos
d ( ) revigorar, definir, acontecimentos
e ( ) n.d.a.

12. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 650 que ______ aprendiz, maior de ______ anos, são assegurados
os direitos ______.
a ( ) ao adolescente, dez, previdenciários
b ( ) à criança, onze, trabalhistas
c ( ) à criança, treze, trabalhistas
d ( ) ao adolescente, quatorze, trabalhistas e previdenciários
e ( ) n.d.a.

13. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que não podemos escutar discursos como estes: "Maria é ______,
______ é ______ e competente."
a ( ) negra, mas, bondosa
b ( ) estudiosa, elegante, bonita
c ( ) elegante, bonita, elegante
d ( ) educada, atenciosa, bonita
e ( ) n.d.a.

14. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 220 que ______ incumbe o dever de sustento, guarda e _____ dos
filhos ______.
a ( ) aos pais, educação, menores
b ( ) aos avós, educação, menores
c ( ) aos pais, saúde, maiores
d ( ) aos tios, educação, maiores
e ( ) n.d.a.

15. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que ensinar não é transferir conhecimento.
"Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas ______ as possibilidades
para a sua ______ ou a sua ______."
a ( ) reprimir, produção, construção
b ( ) reprimir, produção, cópia
c ( ) reprimir, construção, constatação
d ( ) criar, produção, construção
e ( ) n.d.a.

16. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 620 que considera-se aprendizagem a formação _______ ministrada
segundo as _____ e bases da legislação de ______ em vigor.
a ( ) educacional, metas, saúde
b ( ) educacional, objetivos, menores
c ( ) técnico-profissional, diretrizes, educação
d ( ) educacional, ações, menores
e ( ) n.d.a.

17. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo.

"Quem pensa ______ está cansado de saber que as ______ a que falta corporeidade
do exemplo pouco ou ______ valem."
a ( ) errado, palavras, quase tudo
b ( ) errado, ações, quase tudo
c ( ) certo, palavras, quase nada
d ( ) certo, ações, sempre
e ( ) n.d.a.

18. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 640 que ______ até ______ anos de idade é assegurada ______.
a ( ) ao adolescente, quatorze, bolsa de aprendizagem
b ( ) ao adolescente, dezoito, bolsa de aprendizagem
c ( ) à criança, quatorze, escola técnica gratuita
d ( ) à criança, quinze, bolsa de estudos
e ( ) n.d.a.

19. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir, do capítulo em que o Professor Paulo
Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia _ Saberes necessários à prática
educativa, afirma que ensinar exige curiosidade.
" Como professor devo saber que sem a ______ que me move, que me inquieta, que
me insere na busca, não ______ nem ______."
a ( ) superstição, aprendo, educo
b ( ) superstição, ensino, transmito
c ( ) curiosidade, aprendo, ensino
d ( ) religiosidade, estimulo, desestimo
e ( ) n.d.a.

20. Assinale a opção que contem as palavras, e na mesma seqüência, que
completariam corretamente a frase a seguir referente ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Consta no Artigo 670 que ao adolescente empregado, aprendiz, em regime de
trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não, é
vedado trabalho noturno, realizado entre as ______horas de um dia e as ______
horas do dia seguinte.
a ( ) dez, cinco
b ( ) dez, seis
c ( ) dezoito, seis
d ( ) dezoito, cinco
e ( ) n.d.a.

Gabarito

01-A
02-A
03-C
04-C
05-D
06-B
07-B
08-A
09-D
10-B
11-A
12-D
13-A
14-A
15-D
16-C
17-C
18-A
19-C
20-E

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Resenha Pedagogia da Autonomia 2

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA Paulo Freire

No tema “Educação”, o autor Paulo Freire não necessita de apresentação, fala por si só em suas diversas obras, e vai muito além das mesmas, até em sua posteridade. Nesta obra, Freire esclarece o público alvo, sendo estes docentes formados ou em formação, insistindo que formar um aluno é muito mais que treinar e depositar conhecimentos simplesmente, é mais do que ensinar técnicas de desenvolvimento. E que, para formação, necessitamos de ética e harmonia. Complementa que as mesmas precisam estar vivas e presentes na prática educativa, sendo esta a responsabilidade do professor. A prática educativa deve vir sem interesses, daí a importância do respeito às diferentes posturas profissionais dos professores e a necessidade constante de busca de conhecimentos e atualização. Freire fala da esperança e do otimismo necessários para mudanças dentro deste contexto e nunca se acomodar, pois no seu entendimento “as pessoas são seres condicionados, mas não seres determinados”.(pg 59)No primeiro capítulo, Paulo Freire ressalta a necessidade de uma reflexão crítica sobre a prática educativa; sem essa reflexão, a teoria pode ir virando apenas discurso; e a prática, ativismo e reprodução alienada. Existem diferentes tipos de educadores: críticos, progressistas e conservadores. Apesar destas diferenças, todos necessitam de saberes comuns tais como: saber dosar a relação teoria e prática; criar possibilidades para o aluno produzir ou construir conhecimentos; reconhecer que ao ensinar, se está aprendendo, sendo este posicionamento de grande importância. (pg. 25)Procura também mostrar que a teoria deve ser coerente com a prática do professor, que passa a ser um modelo e influenciador de seus educandos: não seria convincente falar para os alunos que o alcoolismo faz mal à saúde e tomar bebidas alcoólicas, deve-se ter “raiva” da bebida, pois a emoção é o que move as atitudes dos cidadãos. Várias vezes, o autor fala da “justa raiva” que tem um papel altamente formador na educação. Uma raiva que protesta contra injustiças, contra a deslealdade, contra a exploração e a violência. Podemos definir esta “justa raiva” como aquele desconforto que sentimos mediante os quadros descritos acima.A prática educativa em si deve ser um testemunho rigoroso de decência e de pureza, já que nela há uma característica fundamentalmente humana: o caráter formador. Para isso, o professor deve se utilizar, como diz Freire, da corporeificação das palavras, como exemplo, e ainda destaca a importância de propiciar condições aos educandos, em suas relações uns com os outros ou com o professor, de treinar a experiência de ser uma pessoa social, que pensa, se comunica, tem sonhos, que tem raiva e que ama.(pág 46) Isto despe o educador e permite que se rompa a neutralidade do mesmo e assim acredita que a educação é uma forma de intervenção no mundo, que não é neutra, nem indiferente, mas que pode implicar tanto a ideologia dominante como diferenciá-la.A construção de um saber junto ao educando depende da importância que o educador dá a parte social, à comunidade à qual ele trabalha para conseguir aproximar os contextos a realidade vivida, compondo assim um dialogo aberto com o aluno, deste modo e com tudo exposto Freire simplifica: “não há docência sem discência”.Neste próximo capítulo, Freire retoma em sua fala a necessidade dos educadores criarem as possibilidades para a produção ou construção do conhecimento pelos alunos. Insiste que “...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção”, e que o conhecimento precisa ser vivido e testemunhado pelo agente pedagógico. Esse raciocínio existe por sermos seres humanos e, como tal, temos consciência que somos inacabados. (pág 52)Assim, é esta consciência, que deve motivar a pesquisar, conhecer e mudar. Dito em poucas palavras por Freire: “o que está condicionado, mas não determinado”. Passamos assim, a ser sujeito e não apenas objeto da nossa história, pois não devemos ver situações como fatalidades e sim estímulo para mudá-las. O educador não deve inibir ou dificultar a curiosidade dos alunos, muito pelo contrário, deve estimulá-la, pois dessa forma desenvolverá a sua própria curiosidade, sendo ela fundamental para evocarmos nossa imaginação, transformação, etc.No último capítulo, Freire mostra a necessidade de segurança, do conhecimento e da generosidade do educador para que tenha autoridade, competência e liberdade na condução de suas aulas. Defende a necessidade de se exercer a autoridade com a segurança fundada na competência profissional, junto à generosidade. Ensinar exige comprometimento, sendo necessários que se aproxime cada vez mais os discursos das ações. Sendo professor, é necessário conhecer o que ocorre no espaço escolar e estar ciente de que a sua presença nesse espaço não passa desapercebida pelos alunos.Para Freire, a Pedagogia da Autonomia deve estar centrada em experiências estimuladoras da decisão, da responsabilidade, ou seja, em experiência respeitosas da liberdade. Para isso, ao ensinar, o professor deve ter liberdade e autoridade, em que a liberdade deve ser vivida em coerência com a autoridade.O professor como ser político, emotivo, pensante não pode ser imparcial em suas atitudes, deve sempre mostrar o que pensa, apontando diferentes caminhos, evitando conclusões, para que o aluno procure o qual acredita, com suas explicações, se responsabilizando pelas conseqüências e construindo assim sua autonomia. Para que isso ocorra deve haver um balanço entre autoridade e liberdade.Deste modo, destaca-se que somente quem sabe escutar é que aprende a falar com os alunos. Finaliza dizendo que a atividade docente é uma atividade alegre por natureza, mas com uma formação científica séria e com a clareza política dos educadores. Foi somente a percepção de que homens e mulheres são seres “programados, mas para aprender” e conseqüentemente para ensinar, conhecer e intervir que faz o autor entender a prática educativa como um exercício constante em favor da produção e do desenvolvimento da autonomia de educadores e educandos, não somente transmitindo conhecimentos, mas redescobrindo, construindo e ressignificando estes conhecimentos, além de transcenderem e participarem de suas realidades históricas, pessoais, sociais e existenciais.Mesmo com todas as dificuldades para se educar, isto é, condições de trabalho,salários baixos, descasos, formas de avaliação, ainda há muitos professores exercendo sua função de maneira eficaz. Com certeza, isso se deve ao que o autor chama de vocação, que significa ter afetividade, gostar do que faz, ter competência para uma determinada função, com isso muita coisa pode ser mudada através da prática educativa.A análise da obra de Paulo Freire, apesar de ser um livro bastante repetitivo nas conceituações, mostra que ele é muito bom, pois quem escreve é um professor que coloca suas experiências para o estímulo dos docentes, defendendo a necessidade de transformação e aprofundamento na tarefa de melhorar a educação.O livro preconiza um fator que há muito defendemos e temos percebido como sendo de fundamental importância no processo de docência que é motivar e auto motivar-se, e a busca não apenas do conhecimento teórico e prático através de capacitação e formação, mas da relação docente-discente, sendo esta peça fundamental para a formação e educação crítica dos cidadãos.

Resenha Pedagogia da Autonomia

Pedagogia da Autonomia - Resenha
Paulo Freire (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra

Freire introduz Pedagogia da autonomia explicando suas razões para analisar a prática pedagógica do professor em relação à autonomia de ser e de saber do educando. Enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que "formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas" (p.. 15). Define essa postura como ética e defende a idéia de que o educador deve buscar essa ética, a qual chama de "ética universal do ser humano"(p. 16), essencial para o trabalho docente.Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como sujeitos éticos (...) É por esta ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar (p. 17 e 19).Em sua análise, menciona alguns itens que considera fundamentais para a prática docente, enquanto instiga o leitor a criticá-lo e acrescentar a seu trabalho outros pontos importantes. Inicia afirmando que "não há docência sem discência" (p. 23), pois "quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado" (p.25). Dessa forma, deixa claro que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno. "Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender" (p. 25).Justifica assim o pensamento de que o professor não é superior, melhor ou mais inteligente, porque domina conhecimentos que o educando ainda não domina, mas é, como o aluno, participante do mesmo processo da construção da aprendizagem.Segue sua análise colocando como absolutamente necessário o rigor metódico e intelectual que o educador deve desenvolver em si próprio, como pesquisador, sujeito curioso, que busca o saber e o assimila de uma forma crítica, não ingênua, com questionamentos, e orienta seus educandos a seguirem também essa linha metodológica de estudar e entender o mundo, relacionando os conhecimentos adquiridos com a realidade de sua vida, sua cidade, seu meio social. Afirma que "não há ensino sem pesquisa nem pesquisa sem ensino" (p. 32). Esse pesquisar, buscar e compreender criticamente só ocorrerá se o professor souber pensar. Para Freire, saber pensar é duvidar de suas próprias certezas, questionar suas verdades. Se o docente faz isso, terá facilidade de desenvolver em seus alunos o mesmo espírito.O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que uma das bonitezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo (...) Ensinar, aprender e pesquisar lidam com dois momentos: o em que se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente (p.31).Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação que separe as pessoas em raça, classes... É ter certeza de que faz parte de um processo inconcluso, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto há sempre possibilidades de interferir na realidade a fim de modificá-la. Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando.O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros (...) O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência (p. 66).É importante que professores e alunos sejam curiosos, instigadores. "É preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache repousado no saber de que a pedra fundamental é a curiosidade do ser humano" (p. 96). Faz-se necessário, portanto, que se proporcionem momentos para experiências, para buscas. O professor precisa estar disposto a ouvir, a dialogar, a fazer de suas aulas momentos de liberdade para falar, debater e ser aberto para compreender o querer de seus alunos. Para tanto, é preciso querer bem, gostar do trabalho e do educando. Não com um gostar ou um querer bem ingênuo, que permite atitudes erradas e não impõe limites, ou que sente pena da situação de menos experiente do aluno, ou ainda que deixa tudo como está que o tempo resolve, mas um querer bem pelo ser humano em desenvolvimento que está ao seu lado, a ponto de dedicar-se, de doar-se e de trocar experiências, e um gostar de aprender e de incentivar a aprendizagem, um sentir prazer em ver o aluno descobrindo o conhecimento.É digna de nota a capacidade que tem a experiência pedagógica para despertar, estimular e desenvolver em nós o gosto de querer bem e gosto da alegria sem a qual a prática educativa perde o sentido. É esta força misteriosa, às vezes chamada vocação, que explica a quase devoção com que a grande maioria do magistério nele permanece, apesar da imoralidade dos salários. E não apenas permanece, mas cumpre, como pode, seu dever (p. 161).Nessa obra, portanto, expondo os saberes que considera necessários à prática docente, Paulo Freire orienta ao mesmo tempo que incentiva os educadores e educadoras a refletirem sobre seus fazeres pedagógicos, modificando aquilo que acharem preciso, mas especialmente aperfeiçoando o trabalho, além de fazerem a cada dia a opção pelo melhor, não de forma ingênua, mas com certeza de que, se há tentativas, há esperanças e possibilidades de mudanças daquilo que em sua visão necessita mudar.Resumo do livro Pedagogia da AutonomiaA Pedagogia da Autonomia é um livro pequeno em tamanho, mas gigante em esperança e otimismo, que condena as mentalidades fatalistas que se conformam com a ideologia imobilizante de que "a realidade é assim mesmo, que podemos fazer?" Para estes basta o treino técnico indispensável à sobrevivência. Em Paulo Freire, educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal, reconhecendo que a história é um tempo de possibilidades. É um "ensinar a pensar certo" como quem "fala com a força do testemunho". É um "ato comunicante, co-participado", de modo algum produto de uma mente "burocratizada". No entanto, toda a curiosidade de saber exige uma reflexão crítica e prática, de modo que o próprio discurso teórico terá de ser aliado à sua aplicação prática. Ensinar é algo de profundo e dinâmico onde a questão de identidade cultural que atinge a dimensão individual e a classe dos educandos, é essencial à "prática educativa progressista". Portanto, torna-se imprescindível "solidariedade social e política para se evitar um ensino elitista e autoritário como quem tem o exclusivo do "saber articulado". E de novo, Freire salienta, constantemente, que educar não é a mera transferência de conhecimentos, mas sim conscientização e testemunho de vida, senão não terá eficácia.Igualmente, para ele, educar é como viver, exige a consciência do inacabado porque a "História em que me faço com os outros (...) é um tempo de possibilidades e não de determinismo"(p.58). No entanto, tempo de possibilidades condicionadas pela herança do genético, social, cultural e histórico que faz dos homens e das mulheres seres responsáveis, sobretudo quando "a decência pode ser negada e a liberdade ofendida e recusada"(p.62).Segundo Freire, "o educador que 'castra' a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica"(p.63). A autonomia, a dignidade e a identidade do educando tem de ser respeitada, caso contrário, o ensino tornar-se-á "inautêntico, palavreado vazio e inoperante"(p.69). E isto só é possível tendo em conta os conhecimentos adquiridos de experiência feitos" pelas crianças e adultos antes de chegarem à escola. Para Freire, o homem e a mulher são os únicos seres capazes de aprender com alegria e esperança, na convicção de que a mudança é possível. Aprender é uma descoberta criadora, com abertura ao risco e a aventura do ser, pois ensinando se aprende e aprendendo se ensina. Neste sentido, afirma que qualquer iniciativa de alfabetização só toma dimensão humana quando se realiza a "expulsão do opressor de dentro do oprimido", como libertação da culpa (imposta) pelo "seu fracasso no mundo". Por outro lado, Freire insiste na "especificidade humana" do ensino, enquanto competência profissional e generosidade pessoal, sem autoritarismos e arrogância. Só assim, diz ele, nascerá um clima de respeito mútuo e disciplina saudável entre "a autoridade docente e as liberdades dos alunos, (...) reinventando o ser humano na aprendizagem de sua autonomia"(p.105). Conseqüentemente, não se poderá separar "prática de teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao professor de respeito aos alunos, ensinar de aprender” (p.106-107).A idéia de coerência profissional, indica que o ensino exige do docente comprometimento existencial, do qual nasce autêntica solidariedade entre educador e educandos, pois ninguém se pode contentar com uma maneira neutra de estar no mundo. Ensinar, por essência, é uma forma de intervenção no mundo, uma tomada de posição, uma decisão, por vezes, até uma ruptura com o passado e o presente. Pois, quando fala de "educação como intervenção", Paulo Freire refere-se a mudanças reais na sociedade: no campo da economia, das relações humanas, da propriedade, do direito ao trabalho, à terra, à educação, à saúde(...)"(p.123), em referência clara a situação no Brasil e noutros países da América Latina. Para Freire, a educação é ideológica mas dialogante e atentiva, para que se possa estabelecer a autêntica comunicação da aprendizagem, entre gente, com alma, sentimentos e emoções, desejos e sonhos. A sua pedagogia é "fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando"(p.11). E é "vigilante contra todas as práticas de desumanização"(p.12). É necessário que "o saber-fazer da auto reflexão crítica e o saber-ser da sabedoria exercitada ajudem a evitar a "degradação humana" e o discurso fatalista da globalização"(p.12).Para Paulo Freire o ensino é muito mais que uma profissão, é uma missão que exige comprovados saberes no seu processo dinâmico de promoção da autonomia do ser de todos os educandos. Os princípios enunciados por Paulo Freire, o homem, o filósofo, o Professor que por excelência verdadeiramente promoveu a inclusão de todos os alunos e alunas numa escolaridade que dignifica e respeita os educandos porque respeita a sua leitura do mundo como ponte de libertação e autonomia de ser pensante e influente no seu próprio desenvolvimento. A Pedagogia da Autonomia é sem dúvida uma das grandes obras da humanidade em prol duma educação que respeita todo o educando (incluindo os mais desfavorecidos) e liberta o seu pensamento de tradições desumanizantes - porque opressoras. A esperança e o otimismo na possibilidade da mudança são um passo gigante na construção e formação científica do professor ou da professora que "deve coincidir com sua retidão ética" (p.18). Paulo Freire, um Professor que através da sua vida não só procurou perceber os problemas educativos da sociedade brasileira e mundial, mas propôs uma prática educativa para os resolver. Esta ensina os professores e as professoras a navegar rotas nos mares da educação orientados por uma bússola que aponta entre outros os seguintes pontos cardeais:a rigorosidade metódica e a pesquisa, a ética e estética, a competência profissional, o respeito pelos saberes do educando e o reconhecimento da identidade cultural, a rejeição de toda e qualquer forma de discriminação, a reflexão crítica da prática pedagógica, a corporeificação, o saber dialogar e escutar, o querer bem aos educandos, o ter alegria e esperança, o ter liberdade e autoridade, o ter curiosidade, o ter a consciência do inacabado... Como princípios basilares a uma prática educativa que transforma educadores e educandos e lhes garante o direito a autonomia pessoal na construção duma sociedade democrática que a todos respeita e dignifica.Paulo Freire demonstra a todos os falantes da língua portuguesa, acostumados à maneira masculina de ver o mundo, a qual tem mantido invisível metade da humanidade os seres femininos, que a língua Portuguesa também nos proporciona as possibilidades do uso de linguagem que respeita a comparticipação visível e dignificante da mulher no mundo atual. Para Paulo Freire não existe unicamente o homem, o professor, o aluno, o pai mas também a mulher, a professora, a aluna, a mãe! A impressão geral do livro é que Paulo Freire escreve e discursa, acima de tudo, com amor pelo que faz. O autor vai lentamente introduzindo conceitos que se misturam e se complementam, às vezes de maneira sutil, e em outras ocasiões de maneira objetiva e absolutamente sincera. Uma das principais mensagens que o autor deixa nesta obra, ao meu ver, é o significado do ensinar. É com a mais brilhante vocação que o autor mostra em simples palavras que ensinar é todo um processo de troca entre aluno e professor, onde ambos aprendem, ambos adquirem e sanam dúvidas, ambos crescem como seres humanos. É a mensagem de que para ensinar precisamos, antes de mais nada, ter a consciência da importância e da beleza desta tarefa, da importância de se poder fazer a diferença num sistema socio-econômico-político com certezas às vezes tão opressoras e cruéis àqueles que não dispõe de meios financeiros para obter cultura e informação. Enfim, o professor Paulo Freire nos dá uma aula de ensinar, e nos fornece com um pensamento livre e despojado uma grande inspiração: de que ensinar vale a pena.Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire A temática central deste livro é a formação de professores, inserida numa reflexão sobre a prática educativo- progressista em favor da AUTONOMIA dos alunos (pois FORMAR é muito mais do que simplesmente EDUCAR).Na verdade, o enfoque não foge muito do que poderia ser chamado de "ética do ensino", procurando alertar o leitor sobre a diferença entre treinar, ensinar e educar, temas freqüentes na obra deste autor.Grande parte do livro é dedicada a discussões sobre o quanto as atitudes que o professor toma dentro de sala e fora dela influenciam o que ele passa para seus alunos, englobando desde recomendações sobre a tomada de consciência de que os alunos têm uma cultura e uma curiosidade que precedem a imposição da escola, a discussão sobre a mudança de "curiosidade ingênua" para "curiosidade epistemológica" (que não diferem em sua essência, mas em sua complexidade, pois enquanto aquela se baseia apenas na experiência cotidiana, esta é dotada do rigor metódico, do criticismo), até a consideração dos educandos como seres humanos, portanto, seres histórico-sociais dotados de uma noção mínima de ética. O autor não fecha os olhos para as injustiças que acontecem com os "esfarrapados do mundo". Está ao lado deles, embora não aceite que, para que as injustiças acabem, ações terroristas sejam tomadas.Os professores têm grande responsabilidade ao ensinar e devem ser dotados de ÉTICA (universal do ser humano, sem cinismos), sendo esta intimamente relacionada ao seu preparo científico, combatendo a malvadez da ética de mercado mundial (baseada em lucros). Paulo Freire beira o moralismo quando se põe a discutir sobre os preconceitos embutidos consciente ou insconscientemente no processo educativo. Discute desde frases do tipo "Maria é negra, mas é bondosa e competente" e até justifica sua raiva frente a posturas deste tipo. Beira o moralismo também quando se refere a crianças de escola pública que depredam o próprio patrimônio (ou seja, a escola), porque "como cobrar das crianças um mínimo de respeito (...) se o Poder Público revela absoluta desconsideração à coisa pública?". Ele mesmo percebe isso, e freqüentemente se dirige ao leitor para que ele lembre que não está sendo descrita uma "educação de anjos", mas uma "educação de homens e mulheres". Talvez isso seja uma reflexão de ideologia esquerdista, sobre a qual também existe menção, tendo como foco os professores que se dizem "progressistas" mas se renderam à rotina neocapitalista. Freire parece, então, não utópico, mas excessivamente confiante na vontade das pessoas de se tornarem melhores (i.e. apoiarem atitudes "progressistas"). Existe ainda uma preocupação com a caracterização do meio escolar como um meio de convívio social onde existem exemplos humanos além dos que se encontram nos livros didáticos, e como o professor é um desses exemplos, ele deve ter plena consciência disso, e portanto julgar as próprias ações. Freire não insiste, neste livro, no aspecto teórico da epistemologia, mas sempre recomenda a postura crítica frente a qualquer atitude, seja ela um conteúdo escolar ou não, porque essa postura crítica é o que caracteriza a "curiosidade epistemológica" e permite que, uma vez identificados os erros, sejam feitas mudanças. E essas mudanças são aquelas que levariam à melhoria das condições de vida de cada um, ou ao progresso.Freire tem, no entanto, várias distorções de visão, pois além de várias vezes ser utópico, sugere que se leve discussões políticas para a sala de aula (o que é negativo para a formação de Ciências Sociais, porque a ideologia do professor contamina o que ele se dispuser a discutir) e ainda tem uma visão excessivamente centrada no ser humano, colocando animais (inclusive mamíferos) como seres inferiores (o que é negativo principalmente na formação de Ciências Naturais).Com base nestes apontamentos iniciais, podem ser citadas algumas das considerações sobre a prática docente: 1) Deve existir uma reflexão crítica entre a relação Teoria/ Prática, para que nenhuma perca seu sentido ou importância.2) O professor não pode somente transferir conhecimento, devendo haver uma troca de ensinamentos e aprendizagens entre educador e educando (este, cada vez mais curioso, poderá criar sempre mais). O professor deve estar aberto aos questionamentos e dificuldades dos alunos. Entretanto, se o aluno foi submetido a um falso ensinar, isto não significa que ele está condenado, pois se ele tiver curiosidade e capacidade de se arriscar, pode superar esta falha. 3) É preciso reforçar a capacidade crítica do educando e sua insubmissão, dentro de uma rigorosidade metódica, para que ele não se torne um simples "memorizador". 4) Os conhecimentos dos alunos têm que ser respeitados, principalmente daqueles vindos de classes mais baixas, e aplicá-los aos conteúdos ensinados (REALIDADE DENTRO DO APRENDIZADO). 5) A crítica deve estar inserida no ensino, a partir da curiosidade dos alunos. Esta, inicialmente ingênua, ao ser superada, pode tornar- se epistemológica, com a aplicação da prática pedagógico- progressista. 6) Necessidade de decência e pureza (que não pode ser entendida como puritanismo). Se o ensino for transformado em pura técnica, o educador distancia- se da ética.- Não deve haver discriminação, pois esta prática fere a dignidade do ser humano e não se aplica à democracia. 7) É necessário ensinar o educando a PENSAR CERTO. 8) Deve- se assumir a identidade cultural de cada um, assunção esta incompatível com os pensamentos elitistas. 9) O professor tem que estar ciente de que suas atitudes podem influenciar profundamente a vida de um aluno, positiva ou negativamente. 10) O conhecimento do professor precisa ser vivido por ele, encarnado, para que se transforme em prática aplicável.11) O ensino e sua prática não podem ser tratados como algo definitivo, são passíveis de mudança. O ser humano também é inacabado e justamente por isso, o ato de ensinar/aprender deve ser permanente. 12) É necessária a consciência de que as pessoas podem ser CONDICIONADAS de acordo com o meio. Porém, isto não significa que elas sejam DETERMINADAS por ele (os obstáculos não são eternos). 13) O respeito pela autonomia do aluno é exigido pela ética. Cada um possui particularidades e pensamentos que não podem ser minimizados ou ridicularizados. Se isto acontecer, a ética é transgredida.- Bom senso. Autoridade não pode ser entendida como autoritarismo. O professor tem que entender, em certas ocasiões, pontos falhos do aluno. Ao invés de reprimi-lo, tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância. 14) Sobre a avaliação: seria boa uma forma na qual fosse feita junto com os alunos, pois a avaliação é para eles, e não para o educador. 15) Para a realização da docência decente, devem existir condições favoráveis, higiênicas, espaciais e estéticas. O corpo docente deve lutar pelos seus direitos (como um salário digno), isto faz parte da prática de lecionar. 16) Se a educação é ofendida (principalmente nas escolas públicas), o professor deve tomar uma postura política que o permita lutar contra esta ofensa, além de repensar sobre a eficácia das greves. 17) Deve haver alegria e esperança. A esperança faz parte do ser humano, e negá-la contradiz a prática progressista da educação e a ética (sempre contra a frase: "O QUE FAZER? A REALIDADE É ASSIM MESMO"). 18) O futuro deve ser tratado como problema, que pode ser solucionado, e não como inexorável. Com base nisso, o professor tem que estar convencido de que mudanças são possíveis, por exemplo, com relação aos favelados e aos sem- terra. 19) O professor, assim como o aluno, também é movido pela curiosidade. Ela é a mola propulsora do aprendizado e do ensino do educador, da construção e produção de conhecimentos. Proporciona um diálogo entre o professor e o aluno. Porém, este diálogo não deve ser tratado como apenas um vai- vem de perguntas e respostas: momentos explicativos do educador são necessários. 20) É preciso tomar muito cuidado com a relação autoridade- liberdade, sempre ameaçadas pela prática do autoritarismo e da licenciosidade, prática esta que pode acabar levando a disciplina à indisciplina. 21) O educador tem que ser seguro, competente e generoso, atitudes estas que exigem esforço e moralidade. 22) Não se deve falar de cima para baixo, achar que é o dono da verdade. Um educador não deve falar PARA o educando, mas sim COM ele, e isso só é possível quando o educador sabe escutar. Porém, a escuta não deve ser passiva, ela é uma boa forma de se fazer questionamentos sobre o que está sendo exposto, de defender uma opinião própria. Isto pode ser refletido numa maneira crítica e justa de avaliação.Existem, então, após todos estes apontamentos, algumas relações que nunca podem ser desenlaçadas, para que a pedagogia da autonomia seja aplicável: ensino dos conteúdos com formação ética dos educandos, prática com teoria, ignorância com saber (seja de educador ou educando), autoridade com liberdade, respeito ao professor com respeito ao aluno, ensinar com aprender. Todas elas devem ser respeitadas e tratadas com responsabilidade. Aspectos políticos também sempre devem ser levados em conta. Classes dominantes enxergam a educação como IMOBILIZADORA E OCULTADORA de verdades. Entretanto, a educação é uma forma de se intervir no mundo. Contudo, deve ficar muito claro para o educador que a autonomia não vem de um dia para o outro, leva tempo para ser construída. Um grande cuidado também é extremamente necessário ao educador: de que a educação é ideológica e que, dependendo da ideologia, ele pode acabar aceitando idéias perigosas (o mundo é assim, não está assim, por exemplo).E, por fim, deve ficar muito claro que uma docência decente, de qualidade, não se separa da afetividade que o professor tem por seus alunos (embora ela não deva interferir, por exemplo na avaliação, e nem signifique que o educador deva amar todos seus alunos de maneira igual).Freire introduz a Pedagogia da Autonomia explicando suas razões para analisar a prática pedagógica do professor em relação à autonomia de ser e de saber do educando. Enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que "formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas" (p.. 15). Define essa postura como ética e defende a idéia de que o educador deve buscar essa ética, a qual chama de "ética universal do ser humano" (p. 16), essencial para o trabalho docente. Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como sujeitos éticos (...) É por esta ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar (p. 17 e 19). Em sua análise, menciona alguns itens que considera fundamentais para a prática docente, enquanto instiga o leitor a criticá-lo e acrescentar a seu trabalho outros pontos importantes. Inicia afirmando que "não há docência sem discência" (p. 23), pois "quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado" (p.25). Dessa forma, deixa claro que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno. "Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender" (p. 25). Justifica assim o pensamento de que o professor não é superior, melhor ou mais inteligente, porque domina conhecimentos que o educando ainda não domina, mas é, como o aluno, participante do mesmo processo da construção da aprendizagem.Segue sua análise colocando como absolutamente necessário o rigor metódico e intelectual que o educador deve desenvolver em si próprio, como pesquisador, sujeito curioso, que busca o saber e o assimila de uma forma crítica, não ingênua, com questionamentos, e orienta seus educandos a seguirem também essa linha metodológica de estudar e entender o mundo, relacionando os conhecimentos adquiridos com a realidade de sua vida, sua cidade, seu meio social. Afirma que "não há ensino sem pesquisa nem pesquisa sem ensino" (p. 32). Esse pesquisar, buscar e compreender criticamente só ocorrerá se o professor souber pensar. Para Freire, saber pensar é duvidar de suas próprias certezas, questionar suas verdades. Se o docente faz isso, terá facilidade de desenvolver em seus alunos o mesmo espírito.O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que uma das bonitezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo (...) Ensinar, aprender e pesquisar lidam com dois momentos: o em que se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente (p.31). Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação que separe as pessoas em raça, classes... É ter certeza de que faz parte de um processo inconcluso, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto há sempre possibilidades de interferir na realidade a fim de modificá-la. Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando. O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros (...) O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência (p. 66). É importante que professores e alunos sejam curiosos, instigadores. "É preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache repousado no saber de que a pedra fundamental é a curiosidade do ser humano" (p. 96). Faz-se necessário, portanto, que se proporcionem momentos para experiências, para buscas. O professor precisa estar disposto a ouvir, a dialogar, a fazer de suas aulas momentos de liberdade para falar, debater e ser aberto para compreender o querer de seus alunos. Para tanto, é preciso querer bem, gostar do trabalho e do educando. Não com um gostar ou um querer bem ingênuo, que permite atitudes erradas e não impõe limites, ou que sente pena da situação de menos experiente do aluno, ou ainda que deixa tudo como está que o tempo resolve, mas um querer bem pelo ser humano em desenvolvimento que está ao seu lado, a ponto de dedicar-se, de doar-se e de trocar experiências, e um gostar de aprender e de incentivar a aprendizagem, um sentir prazer em ver o aluno descobrindo o conhecimento. É digna de nota a capacidade que tem a experiência pedagógica para despertar, estimular e desenvolver em nós o gosto de querer bem e gosto da alegria sem a qual a prática educativa perde o sentido. É esta força misteriosa, às vezes chamada vocação, que explica a quase devoção com que a grande maioria do magistério nele permanece, apesar da imoralidade dos salários. E não apenas permanece, mas cumpre, como pode, seu dever (p. 161). Nessa obra, portanto, expondo os saberes que considera necessários à prática docente, Paulo Freire orienta ao mesmo tempo que incentiva os educadores e educadoras a refletirem sobre seus fazeres pedagógicos, modificando aquilo que acharem preciso, mas especialmente aperfeiçoando o trabalho, além de fazerem a cada dia a opção pelo melhor, não de forma ingênua, mas com certeza de que, se há tentativas, há esperanças e possibilidades de mudanças daquilo que em sua visão necessita mudar.Uma das tarefas primordiais dos educadores é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se aproximar dos objetos cognicíveis. Resgatar nos saberes cotidianos, ainda que vindos de curiosidade ingênua, o estímulo à capacidade criadora do educando. A superação da ingenuidade levando à criticidade segundo pensar correto de Freire demanda profundidade e superficialidade na compreensão e interpretação dos fatos. Quem pensa certo é quem busca seriamente a segurança na argumentação, e é o que discordando do seu oponente, não tem o porquê contrair uma raiva desmedida. Quem observa, o faz segundo um ponto de vista, mas não por isso situa o observador em erro, uma vez que o erro não está em ter um ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto do seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele. O inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital, onde há vida, há inacabamento. A diferença entre um ser inacabado e o ser determinado é que o primeiro muito embora seja condicionado, tem consciência do inacabamento. O ser inacabado sabe que a passagem pelo mundo não é pré-determinada, pré-estabelecida, e o seu “destino” não é um dado mas algo que precisa ser feito e de sua própria responsabilidade.Para ter segurança o professor deve estudar e preparar suas aulas, deve se esforçar para estar à altura de sua profissão. O esforço para atingir estas metas fornece a moral necessária para que o professor transpareça a segurança de seus conhecimentos e sua autoridade nos assuntos que vai ensinar. É ouvindo o aluno com paciência e criticamente que aprendemos a falar com ele. Aprendendo a escutar o educando, ouvindo suas dúvidas, em seus receios, em sua incompetência provisória, faz com que o docente aprenda a falar com ele. O bom professor deve ser curioso e deve provocar curiosidade. Esta curiosidade deve ser incentivada para que mantenha viva a chama do querer saber, do querer entender. Se esta troca não ocorrer, com o tempo o professor se verá diante de uma situação quase estática, paternalista da maneira de ensinar, que impedem o exercício livre da curiosidade. A curiosidade deve ser democrática. A curiosidade que silencia a outra se nega a si própria. A educação deve também servir de meio e forma para transformações sociais, mas deve-se ter consciência da sua indevida utilização como meio de reprodução de ideologias dominantes. Na opinião de Paulo Freire, não é possível ao bom professor ser um ser completamente apolítico, dado que estará expondo suas opiniões e ensinando muitos conceitos baseados em sua visão de mundo. Mas podem demonstrar que é possível mudar. E isto reforça nele ou nela a importância de sua tarefa político–pedagógica.Esta abertura ao querer bem não significa que, como professor, obrigue a querer bem todos os alunos de maneira igual. Significa, de fato, que a afetividade não deve assustar o docente, que não deve ter medo de expressá-la. O professor deve descartar como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade.Nossa impressão geral do livro é que Paulo Freire escreve e discursa, acima de tudo, com amor pelo que faz. O autor vai lentamente introduzindo conceitos que se misturam e se complementam, às vezes de maneira sutil, e em outras ocasiões de maneira objetiva e absolutamente sincera. Uma das principais mensagens que o autor deixa nesta obra, ao nosso ver, é o significado do ensinar. É com a mais brilhante vocação que o autor nos mostra em simples palavras que ensinar é todo um processo de troca entre aluno e professor, onde ambos aprendem, ambos adquirem e sanam dúvidas, ambos crescem como seres humanos. É a mensagem de que para ensinar precisamos, antes de mais nada, ter a consciência da importância e da beleza desta tarefa, da importância de se poder fazer a diferença num sistema socio-econômico-político com certezas às vezes tão opressoras e cruéis àqueles que não dispõe de meios financeiros para obter cultura e informação. Enfim, o professor Paulo Freire nos dá uma aula de ensinar, e nos fornece com um pensamento livre e despojado uma grande inspiração: de que ensinar vale a pena.